segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Pessoa Que Talvez Você Conheça


Depois de mais uma tarde na companhia dos meus livros, abro o Facebook. Postagens de correntes, curtidas, compartilhamentos, exibições, declarações, etc, etc, etc. De repente, aparece para mim o "pessoas que talvez você conheça". Todos entre os listados possuem amigos em comum ou páginas igualmente curtidas por mim. Um, entretanto, foi diferente dos demais.
Entre mim e esse usuário não há amigos em comum, nem mesmo local de residência, lugares que frequenta, programas aos quais assiste. Não interage comigo, nem eu com ele, compartilha coisa alguma comigo , e eu idem... Fiquei parado diante dessa sugestão da rede social. Não há fatos físicos ou palpáveis em que o face poderia se bastar para indicar alguma coisa entre mim e ele. O Facebook pode realmente não saber, nossos amigos e parentes nem mesmo imaginar, contudo as minhas lembranças não me fizeram esquecer que lá se vão 5 anos desde que "nos conhecemos" e trocamos tanto afeto e carinho que durante tanto tempo me foram presentes, necessários e queridos. Tantas conversas, várias promessas (talvez nem tantas, mas posso fantasiar...) e um desejo (ou dois, quem sabe?!). Entre mim e ele uma distância de sonhos, de coragem e vontades. Ah, e coisas que aqui dentro ficaram que dia ou outro pedem respostas e eu, fingindo-me tão inocente quanto elas, permito-me apenas o silêncio quanto a isso tudo.
Essa não foi mais uma história de algo que não se concretizou na minha vida. Foi, sim, um pedaço bonito de carinho que guardei e cultivei pra/em mim. Guardei tanto, mas tanto, que entre o medo e o receio, entre a insegurança e o não-sei-o-quê da vida, só restaram dois endereços, duas pessoas, duas vidas e planos que se não tinham o uníssono querer-realizar, andam agora mais desencontrados que nunca.
Essa foi, sim, uma história que eu gostaria de ter escrito sob encomenda para um livro ou filme, ou de ter contado em meio a tanta euforia aos meus melhores amigos; é uma história que eu quis muito fosse de encontro e realização...  Foi a história que eu tive e não vivi.
A propósito, aquele que o Facebook me mostrou é alguém que eu tanto lembro, penso sobre, imagino a respeito e que, como sempre, não sei se por querer ou por ironia dos ventos, continua sendo (apenas) uma lembrança carinhosa do vento, um rosto que irradia pura alegria, a voz que embalava meus sorrisos bobos e infantis. Ele continua sendo, sim, só não sei o quê. (tenho evitado me fazer perguntas difíceis, entende?!)